Blogue do Movimento Quintano

Tema: Quinto Império enquanto destino de Portugal e do Mundo

Proposta prática para a refundação do Quinto Império de Vieira, Agostinho e Fernando Pessoa.

"Portugal será um dos países condutores do Mundo" Agostinho da Silva

terça-feira, fevereiro 28, 2006

Agostinho da Silva: "É o Império do Espírito Santo entre os homens"

"É o Império do Espírito Santo entre os homens. É não perder nenhuma das características de ser homem e ganhar todas as que se atribuem a Deus. Porque os homens ali, como se vê pelo seu comportamento com as ninfas (Agostinho refere-se aqui ao episódio da "Ilha dos Amores" de Camões), são plenamente homens, comem e bebem no banquete, mas depois estão fora do Tempo e fora do Espaço, como está Deus."

Agostinho da Silva: Ir à Índia sem Abandonar Portugal; Considerações; Outros Textos


O Império do Espírito Santo é aqui um sinónimo de "Quinto Império". Esta será o Reino da Transcendência, onde o Homem se ultrapassa a si mesmo e deixa de ser Homem. Para Agostinho, a verdadeira função do Homem, o seu vero destino é deixar de o ser, e ultrapassando-se, divinizar-se tornar-se Sobre Humano. O Homem pleno, cumpridor de todas as promessas de fraternidade e universalismo antevistas pelos visionários do Quinto Império, desde Vieira a Pessoa, passando por Bandarra é o Sobre Humano de Agostinho, o Homem do Império do Espírito Santo e contemporâneo e fundador do Quinto Império.

sábado, fevereiro 25, 2006

Agostinho da Silva: "A Europa não presta para nada"

"...A Europa não presta para nada, a Europa não se entende, porque se está a querer fazer uma coisa nova numa trapalhada velha... São aqueles Estados centralistas do Luíx XI, e aquela coisa toda... O que se deve é chegar a outra coisa muito mais importante: à liberdade cultural de cada homem! Já não se trata de esta região ou aquela ser desta ou daquela maneira: trata-se de ser à sua maneira cada pessoa! Temos de levar o mundo a um tal tipo de organização que permita a identidade cultural de cada homem, sem sofrer nenhuma espécie de atropelo."

Agostinho da Silva: Ir à Índia sem Abandonar Portugal; Considerações; Outros Textos

Por "Europa" Agostinho não se referia directamente nem aos povos que compoem o Continente, nem sequer as suas Nações, mas a União Europeia que agora tenta vestir o nome "Europa", com dignidade e autoridade duvidosa. É à União Europeia verdadeira caótica manta de retalhos onde cada retalho tenta imprimir uma maior força centrífuga à rotação do todo em torno da eurocracia de Bruxelas que Agostinho da Silva critica. O professor não reconhece numa Europa de interesses contrários e egoístas a viabilidade para a construção de um verdadeiro modelo europeu de Futuro, e nós também não... Esta Europa não passa de uma Federação de interesses de uns poucos, que serve escassos à custa dos muito, sacrificando o Sonho dos pais fundadores da CECA.

Agostinho acreditava que o verdadeiro núcleo de uma Europa recentrada sobre si mesma, e humanizante e não maquinista estava muito mais no Homem, do que no "Estado". Defendia assim uma descentralização absoluta, reduzindo os níveis multiplos que separam o cidadão do decisor e a armação política que ergueram em torno de nós para nos afastar da política e tornar a Democracia cada vez mais "representativa" e menos "participativa".

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Agostinho da Silva: "o povo português achou que digno de imperar no Espírito Santo era a criança"

"Então, o povo português achou que digno de imperar no Espírito Santo (quer dizer, de ser o Rei, a figura principal do império futuro, da futura idade do mundo), era a criança. Com a sua imaginação, a sua alegria, a sua capacidade de perguntar, todas essas coisas."

Agostinho da Silva: Ir à Índia sem Abandonar Portugal; Considerações; Outros Textos

Seria assim esta a imagem que deveriamos transportar em nós como ideal humano. O Quinto Imperador é uma espécie de projecção daquilo que cada cidadão deve procurar cumprir. Os conceitos principais do Homem novo (mas renovado) de Agostinho surgem aqui muito claramente enunciados:
Imaginação
Alegria
Capacidade de Perguntar

Predomínio da Imaginação sobre a Memória; privilegiando um ensino novo sobre a Escolástica e os métodos convencionais de Ensino ainda em uso extenso pelas nossas Universidades e Escolas.

Predomínio da Alegria sobre a Melancolia, tão favorecida pela presença opressiva do Catolicismo na Alma Portuguesa.

Predomínio da Interrogação sobre a Realidade e o Eu, contra a vã, muda e cega aceitação automática das "Verdades" que nos são impostas a partir do Exterior, nomeadamente a partir da Europa e de Além dos Pirinéus. Recentramente do Homem na Economia e Reposicionamento da Cultura Portuguesa sobre o seu centro medieval e mais profundo.

Portal da Língua Galega

No Portal da Língua Galega encontramos diversa informação sobre o nosso irmão portugalês do Norte e sobre o movimento reintegracionista.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Agostinho da Silva: "A bela colcha de retalhos que é a Península"

"A bela colcha de retalhos que é a Península! E vamos insistir nisso: A Galiza tem que ser independente da Península e uma pedra no seu mosaico. Como tem que ser a Catalunha, como tem que ser o Algarve, como têm que ser os Açores ou as Canárias, exactamente isso. E vamos ver se isto não será um bom xarope, um bom tónico, para a Europa tomar e se deixar das besteiras em que anda. Vamos ver como é isso da entrada de Portugal na C.E.E. Se é um bebé que vai acolher nas mãos de uma ama ou se é, pelo contrário, alguém, a Península, que vai dizer à Europa como é que ela tem que se humanizar. Como é que, estragada porque andou toda a vida pensando em computador, vai parar dessa história e vai voltar atrás para retomar do humano tudo aquilo que perdeu em função da eficiência e do êxito."

Agostinho da Silva: Ir à Índia sem Abandonar Portugal; Considerações; Outros Textos

Agostinho defende aqui a pulverização da "Espanha" num conjunto de pequenas nações independentes e agregadas depois numa Federação Portugal onde poderá depois alinhar Portugal, quer no seu todo, quer na forma das diversas regiões em que se divide. Neste aspecto, o professor é um percursor daqueles que hoje defendem uma "Europa das Regiões", como forma de aproximar os Estados dos cidadãos e como meio de aumentar a justiça económica e social.

Agostinho torna a criticar aqui muito severamente os modelos utilitaristas e individualistas que moldam hoje o projecto europeu e a própria União Europeia. Acusa os criadores dessa Europa de "maquinismo", isto é, de fascínio, pela parte exterior e mecânica da vida desprezando a liberdade criativa e o comunitarismo que marcaram boa parte da nossa Idade Média e que deram a Portugal a própria Gesta dos Descobrimentos, enquanto a Europa enriquecia e engordava com as nossas especiarias.

Por isso, Portugal nunca poderá ser tão eficiente e bem sucedido como os países do Norte da Europa e por isso, toda esta obsessão em tornar um país "convergente" com a Europa e com os seus níveis de vida e padrões de crescimento é fátua e desesperante... Porque Portugal não pode funcionar no mesmo nível de registo. Portugal não é um País, mas uma Ideia, que só pode ser cumprida na Transcêndencia de Si mesmo e na sua própria anulação, dando corpo primeiro a uma Federação Mundial que terá forçosamente que começar reunindo os membros da Diáspora Portuguesa no Mundo e começando pela ReUnião dos dois braços lusitanos que se estendem pelo Mar Oceano: Portugal e Brasil.

Agostinho da Silva: "Como essa história da Galiza"

"Como essa história da Galiza. Como é? Separados ainda pelo rio Minho? Como é isso? Para mim não tem importância nenhuma estar separado ou não estar separado, porque estamos separados de outros lugares por coisas mais importantes do que o rio Minho, pelo Atlântico e pelo Pacífico. O mundo é uma ilha; o mundo é um arquipélago, e tanto faz que os intervalos de água sejam grandes ou pequenos. É um mundo arquipelágico que nós temos de digerir e pensar e compor. Não vamos agora querer que a Galiza pertença a Portugal ou que Portugal pertença à Galiza; vamos entender que há uma cultura galega como há uma cultura do Minho, como há uma cultura do Algarve, vamos mas é entender as culturas peninsulares."

Agostinho da Silva: Ir à Índia sem Abandonar Portugal; Considerações; Outros Textos

Portugal sofre do estranho destino de só começar a ser Portugal, quando efectivamente o tiver deixado de ser... Portugal é mais ideia que um Estado, uma ideia de "Imperii Mundi" que se estenda por todo o mundo, abarcando todas as nações e credos, numa concretização do Paracleto que só um país mestiço e transitório como Portugal pode cumprir. Sem o estigma de riquezas naturais que nos tornem materialmente ricos, sem a herança do Capital acumulado por séculos de saque em todo o mundo que explicam boa parte da riqueza da Europa doo Norte, Portugal está livre das amarras materiais que prendem outros à escravidão do concreto e do prático. Povo sonhador por excelência, compartilhando essa característica com os Nordestinos e com os Irlandeses (com os quais estamos aparentados), os Portugueses têm essa estranha característica de viverem num país que não tem - nem nunca teve - condições para ser bem sucedido no mundo da matéria e dos indicadores macro económicos, porque Portugal, encerrado nas suas fronteiras europeias, não têm viabilidade económica como País. A viabilidade de Portugal é tão somente, o Caminho para a União Universal, para agindo como o portaestandarte das legiões levar a todo o mundo a Ideia de Quinto Império que reunirá todos os países do mundo sob a mesma Federação de Povos que Vieira sonhou e que o Menino-Imperador dos rituais do Espírito Santo realizará.

Agostinho da Silva: "Portugal já civilizou a África, a América e a Europa. Falta agora civilizar a Europa."

"Portugal já civilizou a África, a América e a Europa. Falta agora civilizar a Europa."
Caetano Veloso , citando Agostinho da Silva

O professor não queria aqui dizer que a África, a América e a Europa não fossem civilizadas. Óbviamente que o eram... É inútil referir os exemplos das brilhantes civilizações maias e incas nas américas, ou do zimbabué e do egipto ou mesmo da China e da Índia... O que o professor referia era a "civilização ocidental" que se impôr, mais os seus paradigmas e objectivos por todo o mundo, num movimento que os Portugueses precederam e que levou à Globalização de hoje. Quando vemos um homem de negócios chinês ou iraniano usar o fato e gravata europeus, sabemos do que falamos...

Não, Agostinho referia-se a outra "civilização", bem diversa... Referia-se ao galopante egoísmo, funcionalismo e ao utilitarismo da civilização do norte da Europa, extrapolada até esse seu prolongamento que são os Estados Unidos. Opunha a estes paradigmas, a fraternidade e a liberdade criadoras, substanciados no comunitarismo e municipalismo da Idade Média Portuguesa escrevendo que "cada povo é o que é, mesmo antes de o ser" e que Portugal seria "não propriamente um determinado país, (...) mas uma ideia a difundir pelo mundo".

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Agostinho da Silva: "O Português precisa tomar consciência de que é vário"

"...O Português precisa tomar consciência de que é vário. Porque se ele percorrer os seus grandes homens, todos eles se apresentam como uma variedade enorme. É o Camões, é o António Vieira, e é aquele que vem dar a chave mais cómoda das coisas e que se chamou Fernando Pessoa. O Fernando Pessoa ousou ser vários; e para pôr isso bem claro aos olhos dos Portugueses é que ele usou vários nomes."

Agostinho da Silva: Ir à Índia sem Abandonar Portugal; Considerações; Outros Textos (Filosofia)

E esta é a porventura aquela característica que mais nos distingue da "gente loira do norte" de Agostinho. Herdeiros de Godos, Francos e Saxões (entre outra variadas raças), os norte-europeus têm sido excelentes no "fazendo" e no "especulando", mas têm sido especialistas. Para o seu tipo de sociedade, o individuo é tanto mais precioso quanto mais especializada fôr a sua actividade. Extrapolando, produziu-se o "Homo Americanus" que depois se exportou como modelo único e obrigatório para todo o Mundo em que o Homem já não é mais considerado como um individuo autónomo e diverso, mas como uma peça de uma engrenagem de Produção, um autómato dócil (pelo crescente Desemprego) e eficaz (pela influência do Medo). O Especialista é assim a total oposição do Homem Completo do Renascimento e do Português de Quinhentos.

Agostinho da Silva: "Brasília não se teria construído sem os mestres-de-obras portugueses"

"No Brasil, o seu grande feito foi a edificação de Brasília. Brasília não se teria construído sem os mestres-de-obras portugueses. Eles serviram de intérpretes entre a engenharia e a arquitectura do Sul do Brasil, por um lado, e o operariado analfabeto do Nordeste, por outro. Não se entendiam, eram duas metades do Brasil que não tinham possibilidade de se compreender, e o mestre-de-obras no meio."

Agostinho da Silva: Ir à Índia sem Abandonar Portugal; Considerações; Outros Textos


Da mesma forma, hoje, entre o espírito abstracto e especulativo de ingleses e franceses, Portugal e os Portugueses podem agir como catalisadores com a força prática e concreta de alemães e eslavos. O carácter generalista português é cada vez mais precioso e útil num Mundo onde as ciências se especializam cada vez mais, criando monstruosidades intelectuais que tudo sabem sobre um ínfimo detalhe da sua ciência mas que ignoram tudo sobre o detalhe do lado. Neste Mundo, o Generalista "mestre-de-obras" que vive em cada Português pode revelar-se determinante.

O papel de Ponte de dois Mundos cumprido pelos mestres-de-obras Portugueses em Brasília é aquele que compete agora aos Portugueses do Século XXI. A Portugal compete agora a missão de ReLigar os dois Mundos em que se divide hoje o Mundo: a Europa (tida aqui no seu conceito mais lato e vero de Europa desde a América aos Urais, herdeira do Império Romano) e a Ásia, tida cada vez mais como o outro grande pólo da Humanidade. De permeio, a África será a Ponte entre os dois e nela estarão os Portugueses, verdadeiros "africanos" (por raízes Tardenoisenses e Berberes) entre os Europeus.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Agostinho da Silva: "Com o mar a coisa correu perfeitamente..."

"Com o mar a coisa correu perfeitamente. Fez-se aquilo que se podia e devia fazer: dar ao Homem a noção de Humanidade plena (que até aí o que tinha sido a Humanidade? Uns primos a encontrarem-se na praça pública de Atenas ou no forum romano... Isso é que era para eles a Humanidade, o resto eram Bárbaros...). Com os Portugueses lançou-se outra ideia de Humanidade; uma Humanidade plural de cor, plural de culturas, que ainda não se assimilou perfeitamente; ainda ninguém diger«iu muito bem a descoberta que Portugal fez..."

Agostinho da Silva: Ir à Índia sem Abandonar Portugal; Considerações; Outros Textos (Filosofia)

Comentário:
Como já alguém escreveu, as raízes da tão odiadas e suspeitada Globalização acham-se precisamente na quebra do fechamento da Europa sobre si mesma que os Portugueses fizeram. Foi esse o plano que São Bernardo e os frades templários gizaram para Portugal quando pensaram numa ideia de país que depois se encarregaram de insuflar nas bárbaras mentes dos Francos de Borgonha que vieram assentar arraias no Condado Portucalense. E essa missão era a de ReLigar o Mundo (raíz mesma de "Religião"), reunindo sob uma só entidade todo o Mundo que até então se achava disperso e diverso. Essa é a missão que falta ainda cumprir a Portugal. Perdido o Mar e nunca encontrada a Terra, Portugal deverá ainda cumprir o seu fado de ReLigar o Mundo sob a mesma entidade federada e pacificadora que Vieira, Pessoa e Agostinho reuniram debaixo da designação: Quinto Império.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Agostinho da Silva: "Não era com o Estado de D. Dinis que Portugal teria navegado e dado a volta ao mundo..."

"Não era com o Estado de D. Dinis que Portugal teria navegado e dado a volta ao mundo... Porque parece que o ideal de D. Dinis era ter um jardim à beira mar plantado, como depois tão bem disse Tomás Ribeiro, um jardim à beira-mar plantado bem defendido dos espanhóis (traquinas, que vinham cá estragar o jardim), com uma boa rede de fortalezas, protegido do mar pelo pinhal de Leiria, para não entrar areia... Não era com isso que se tinha navegado. Provavelmente, se se tivesse continuado num país à beira-mar plantado, terse-ía traído o pensamento inicial de S. Bernardo, que me parece ter muito que ver com a criação ou fundação ou estabelecimento de Portugal, como se queira dizer."

Agostinho da Silva: Ir à Índia sem Abandonar Portugal; Considerações; Outros Textos (Filosofia)


Comentário:

Prosseguindo com o Estado de Dom Dinis, Portugal seria hoje uma espécie de Dinarmarca, Suíça ou Bélgica. Um pequeno país, sem História nem marca significativa no Rumo do Mundo e sem a participação no destino das coisas que terá. Seríamos um canto de prosperidade e paz nesta secção da Península, mas seríamos também tão entediantes como os melhores habitantes de Berna... Com a gesta dos Descobrimentos e da Expansão, Portugal abriu portas ao Mundo e a si mesmo, estabelecendo metas impossíveis de alcançar que contudo levaram os portugueses a ultrapassarem-se violentamente. Com o fátuo e cinzento "regresso à Europa" provocado primeiro pela Independência do Brasil e depois pela Descolonização de 1975, Portugal acinzentou-se e tentou regressar aquele jardim de Dom Dinis, mas sem a sua sábia gestão nem a sólida rede de fortalezas que nos defendia da Globalização e da Europeização forçadas... Regressámos ao sítio de onde partimos, mas não ao lugar onde residia a nossa mente colectiva.

Urge portanto regressar ao Mundo. Abandonar esse jardim "à beira-mar plantado" e regado com os dinheiros que vertem do norte da Europa e quebrar essas cadeias europeias procurando reencontrar o vero e profundo destino português que é o do Mar Oceano. Como dizia Agostinho, "Portugal deve passar de país marítimo, a país naval". Olhando para o legado português, devemos procurar a re-união com os irmãos do Oceano, sitos desde o Brasil a Timor e criar as bases para uma entidade nacional transcontinental que una o Mundo e que permita terminar com este ciclo de guerras, fomes e conflitos que aflige o Homem e a Humanidade desde sempre.

Agostinho da Silva: Citação

"(...) nem a instrução educa ninguém, só prepara para uma profissão, às vezes um sujeito até escapa com educação, apesar da instrução, não é?...(...)"

Agostinho da Silva: Ir à Índia sem Abandonar Portugal; Considerações; Outros Textos (Filosofia)

Proposta: "Taxa de Saúde"

Deve prevalecer o princípio de que quem pode pagar a sua saúde, participe em parte das despesas médicas. Os gastos com a Saúde estão a subir em todo o Mundo, e Portugal não é excepção, e urge portanto encontrar um financiamento acrescido para o sistema. Se aqueles que podem efectivamente pagar e preferem o sistema público, forem mais taxados que os outros (em vez de pagarem mais pelo acto médico) isso só trará mais Justiça e Equilíbrio financeiro ao sistema.

A proposta é assim de descer o IRS e transferir essa retirada para uma nova "Taxa de Saúde" com descontos variáveis em função dos rendimentos, mas mais variáveis que o escalão normal do IRS.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Proposta de três medidas para reocupar as Casas Devolutas nas Grandes Cidades

1. Imposição de limites máximos de preço de venda por m2 em função do número de anos da construção;
2. Redução drástica do imposto a cobrar por cada habitação alugada;
3. Tomada de posse adminstrativa pelas Câmaras Municipais das habitações abandonadas;

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Comentário a segmento de texto de Agostinho da Silva: "Se você vai meter um barco no mar (...)"

"Se você vai meter um barco no mar, escolha a sua tripulação e depois lembre-se que a grande coisa para o barco não se afundar é não mandar em nada, mas estar a pensar em tudo, e sobretudo saber que se ele, a cada momento, não souber o que é que pensa a tripulação, se houver uma falha e o navio for ao fundo, ele tem obrigação de se afundar."

Agostinho da Silva: Ir à Índia sem Abandonar Portugal; Considerações; Outros Textos

Comentários:
1. "Escolha a sua tripulação"; para Agostinho, a equipa devia ser seleccionada directamente pelo seu líder e não imposta a partir do exterior ou de uma outra organização.
2. "A grande coisa para o barco não se afundar é o comandante mandar": A autogestão não é um processo eficiente de conseguir obter um objectivo. Para que uma equipa consiga realizar os seus objectivos tem que existir uma unidade de mando, uma autoridade única capaz de orientar a equipa no caminho que deve percorrer até ao cumprimento da sua missão.
3. "Não mandar em nada, mas estar a pensar em tudo"; A autoridade não deve ser exercida directamente, mas devie residir mais numa orientação, do que numa pura ostentação de Poder. Os membros da equipa devem ser levados a fazer aquilo que corre na mente do líder, sem que apercebam de que estão a aplicar a sua vontade. O comando é assim exercido de forma invísivel, mas certeira e eficaz. O processo requer contudo um grande grau de conhecimento sobre as características individuais de cada agente, e por isso é tão importante que a composição da equipa seja determinada em primeira e última instância por aquele que a vai liderar.
4. "Se houver uma falha e o navio for ao fundo, ele tem obrigação de se afundar"; o líder (comandante) deve assumir por inteiro as responsabilidades pelas acções da equipa que lidera. Assume as consequências do desempenho da equipa, sejam estas positivas ou negativas. Se a equipa fracassar nos seus objectivos, ele é o primeiro e último responsável. Esse é o peso do Mando.

Combate à Poluição e às emissões de CO2: Proposta de Duas Medidas

A principal fonte das emissões sw CO2 em Portugal são os transportes rodoviários, públicos, de carga e individuais.

É precisamente neste ponto que urge encetar uma política de reduções deste tipo de emissões.

1. Pode começar-se por penalizar fortemente (mensalmente, e não apenas na compra) a aquisição de veículos de alta cilindrada (SUVs, jipes, etc.) e por desmotivar o uso do transporte rodoviário reforçando o transporte ferróviário, isto através do aumento de impostos sobre este tipo de transporte e da redução dos mesmos sobre o transporte ferroviário.

2. Portugal está em pleno processo de "litorização", com um esvaziamento quase total, mas constante do Interior. Assim, a maioria das nossas grandes cidades estão perto do Mar. Porque não renovar a nossa reduzida frota mercante e usá-la para transportar mercadorias ao longo do litoral? As cidades do interior seriam servidas quer por via fluvial, quer através do renovado sistema ferroviário acima sugerido.

Combate ao Crime: "Esterilização de Criminosos" e "Sistema Caixa Negra"

No âmbito de uma política coordenada de combate ao Crime o Movimento Quintano coloca o seu foco sobre duas medidas:

a) "Esterilização de Criminosos": Todos os crimes que resultem em condenação devem de levar à esterilização do criminoso. Conhecida como é a relação entre violência e predisposição genética, a medida deverá reduzir substancialmente as taxas de crimes dentro de algumas gerações e funcionará igualmente como uma severá barreira dissuadora na prática de actividades criminosas.

b) "Sistema Caixa Negra": Será objectivo do Movimento a obrigatoriedade do transporte por cada cidadão de um dispositivo que registe o seu posicionamento GPS e que capture fotografias e sons do ambiente circundante a intervalos aleatoriamente seleccionados, usando tecnologia que já existe actualmente a preços acessíveis. Estes dados serão encriptados e enviados para um repositório central onde ninguém terá acesso a não ser sobre mandato judicial, podendo somente ser usado no decurso de investigações criminais ou civis. Assim se preserva a Liberdade individual e se reduzem as possibilidades de futuros erros judiciais na condenação de inocentes.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

O "Novo Iberismo"

O único iberismo que defendo é aquele que opta pela religação dos laços entre Portugal e a Galiza e criação de uma "Portugaliza" que recentre nas costas atlânticas o centro de gravidade que Madrid e a imperial Castela à muito que ficaram no centro da Meseta.

Reformado que seria essa pátria renovada do galaico-português, Portugal devia de seguida procurar uma União Política com o irmão continental transoceânico que é o Brasil.

Esse é o meu Sonho... Mas de que vale o mundo sem os nossos Sonhos? E que é feito de Portugal agora que lhe foram tirados todos os grandes objectivos e sonhos? Ficámos tornados num apêndice de Castela? É isto que queremos para nós?

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Agostinho da Silva


Comemora-se hoje a vida (não a morte) de um dos maiores vultos do pensamento português contemporâneo.

Comemora-se a Vida do homem que acreditou que o Quinto Império existia já e que formara corpo nessa entidade continental que é o Brasil.

Muito ganharia Portugal em reler os seus textos (sobretudo as "Reflexões") e ponderar a alternativa Brasil para um Portugal que não consegue encontrar na Europa o seu vero rumo.

P.S: Chamo a atenção para a edição de uma colecção de 5 DVDs, contendo as "Conversas Vadias e o Filme Agostinho da Silva, um pensamento vivo"(Alfândega Filmes, RTP, e Jornal Público); cuja distribuição semanal começou ontem, dia 12 de Fevereiro.

domingo, fevereiro 12, 2006

A Matriz Atlante

Não cabe neste texto a intenção de abordar a polémica "questão Atlante". Para tal falta aqui o espaço e o tempo, mas sobretudo o âmbito para empreender tamanha empresa.

Partamos do princípio de que acreditamos na existência de uma "civilização atlante", no sentido de que acreditamos na existência de uma civilização histórica (isto é, conhecendo a Escrita e contemporânea da Idade do Bronze grega) sediada numa ilha ou arquipélago atlântico e que se teria afundado no decurso de uma catástrofe natural.

Admitindo e reconhecendo assim o nosso ponto de partida, avançamos até outra crença que alimentamos. A de que os sobreviventes dessa civilização teriam desembarcado nas costas atlânticas de Portugal e criado os fundamentos para a Civilização Cónia do Sul de Portugal e das zonas limítrofes de Espanha.

Seria essa matriz genética e cultural que formaria mais tarde a base onde aportariam outras tradições e que formariam os principais arquétipos que ainda hoje constituem a base da cultura portuguesa contemporânea.

Ora precisamente entre esses arquétipos fundadores da cultura portuguesa estão - em posição central - o Mito Sebástico e o do Quinto Império. Um e outro são movimentos de retorno a uma idade mais brilhante e gloriosa, conhecida num passado distante e vago, mas que alimentam os corações dos vivos, empurrando-os para o cumprimento de feitos que transcendem a sua própria mortalidade e a realidade quotidiana.

Estes mitos não encontram as suas raízes no período dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa, nem tão pouco na perda da Independência nacional que se sucedeu ao desastre de Alcácer Quibir, mas nos arquétipos mais profundos da lusitaniedade e que radicam naquelas populações de origem mediterrânica e pré-celtas que sobreviveram ao cataclismo que destruiu Atlantis no Sul de Portugal.

É assim nossa a tese que defende que o Mito central à cultura portuguesa que é o do "Regresso do Rei Encoberto" é de facto um desenvolvimento a partir do mito da "Queda de Atlantis" e que o desejo espelhado por Bandarra, António Vieira, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva da instauração no Mundo de um novo tipo de Império Universal, mais fraterno e multicultural é de facto o desejo do regresso ao mítico "Império Atlante".

 
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