Blogue do Movimento Quintano

Tema: Quinto Império enquanto destino de Portugal e do Mundo

Proposta prática para a refundação do Quinto Império de Vieira, Agostinho e Fernando Pessoa.

"Portugal será um dos países condutores do Mundo" Agostinho da Silva

domingo, fevereiro 12, 2006

A Matriz Atlante

Não cabe neste texto a intenção de abordar a polémica "questão Atlante". Para tal falta aqui o espaço e o tempo, mas sobretudo o âmbito para empreender tamanha empresa.

Partamos do princípio de que acreditamos na existência de uma "civilização atlante", no sentido de que acreditamos na existência de uma civilização histórica (isto é, conhecendo a Escrita e contemporânea da Idade do Bronze grega) sediada numa ilha ou arquipélago atlântico e que se teria afundado no decurso de uma catástrofe natural.

Admitindo e reconhecendo assim o nosso ponto de partida, avançamos até outra crença que alimentamos. A de que os sobreviventes dessa civilização teriam desembarcado nas costas atlânticas de Portugal e criado os fundamentos para a Civilização Cónia do Sul de Portugal e das zonas limítrofes de Espanha.

Seria essa matriz genética e cultural que formaria mais tarde a base onde aportariam outras tradições e que formariam os principais arquétipos que ainda hoje constituem a base da cultura portuguesa contemporânea.

Ora precisamente entre esses arquétipos fundadores da cultura portuguesa estão - em posição central - o Mito Sebástico e o do Quinto Império. Um e outro são movimentos de retorno a uma idade mais brilhante e gloriosa, conhecida num passado distante e vago, mas que alimentam os corações dos vivos, empurrando-os para o cumprimento de feitos que transcendem a sua própria mortalidade e a realidade quotidiana.

Estes mitos não encontram as suas raízes no período dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa, nem tão pouco na perda da Independência nacional que se sucedeu ao desastre de Alcácer Quibir, mas nos arquétipos mais profundos da lusitaniedade e que radicam naquelas populações de origem mediterrânica e pré-celtas que sobreviveram ao cataclismo que destruiu Atlantis no Sul de Portugal.

É assim nossa a tese que defende que o Mito central à cultura portuguesa que é o do "Regresso do Rei Encoberto" é de facto um desenvolvimento a partir do mito da "Queda de Atlantis" e que o desejo espelhado por Bandarra, António Vieira, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva da instauração no Mundo de um novo tipo de Império Universal, mais fraterno e multicultural é de facto o desejo do regresso ao mítico "Império Atlante".

 
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